Mostra sobre David Bowie no MIS (Foto: Ardilhes Moreira/G1)
A mostra sobre David Bowie no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, foi encerrada no domingo (20) com um recorde: ela foi a exposição com a melhor média de público na história da instituição. Durante 71 dias, a mostra levou 80.190 pessoas ao museu. A média foi de 1.129 pessoas por dia.
O número absoluto alcançado pela mostra sobre Bowie é inferior ao da exposição sobre Stanley Kubrick, que teve 80.972 visitantes. Entretanto, ela ficou 79 dias em cartaz e por isso Kubrick alcançou média inferior, com 1.024 visitantes por dia.
A exposição
A retrospectiva sobre a obra de Bowie foi concebida em Londres, no Victoria and Albert Museum, onde se tornou sucesso de público e crítica. Além da capital inglesa, Toronto, no Canadá, foi a única cidade a realizar a mostra antes de São Paulo.
Artistas que influenciaram David Bowie e peças visuais que acompanharam sua música tiveram tanto peso quanto a discografia do artista inglês na exposição. A proposta foi coerente com a obra de Bowie. Traduzir a música em imagens e relacionar referências são atividades tão interessantes quanto ouvir os álbuns das quase cinco décadas de sua carreira.
O conteúdo foi apresentado sem ordem cronológica, com eixos temáticos que mostram as diferentes faces de Bowie de maneira mais instigante do que uma retrospectiva mais convencional – adjetivo que nunca se aplica ao autor de “Heroes”, “Let´s dance”, “Changes”, “Space oddity”, “Starman” e tantas outras faixas marcantes da música pop.
A definição ajuda a entender a facilidade e o desafio da exposição, cheia de elementos atraentes e icônicos, como as capas dos discos dos anos 70 e figurinos das fases Ziggy Stardust e Alladin Sane.
David Bowie e William Burroughs em foto de Terry
O’Neill (Foto: Divulgação/Victoria and Albert
Museum)Os trabalhos do artista fora da música são bem representados em um telão com trechos de sua filmografia, com destaque para “Labirinto – A magia do tempo”, de 1986, e em alguns quadros pintados por Bowie, incluindo um retrato de Iggy Pop.
Com tantos objetos e referências – arte surrealista, pop, literatura e cinema –, é difícil não se confundir. Este “caos” é característica da arte de Bowie. Desorientar o espectador é uma tarefa saudável neste caso, como no jogo de espelhos que apresenta telões com um vídeo do cantor no programa “Top of the pops”. No entanto, um manequim exatamente em frente ao telão, atrapalhando quase toda a visão, parece um excesso de despojamento da montagem.
Mesmo com os aparentes exageros, se sentir desorientado pode ser um bom sinal para o espectador da mostra – Bowie tambem transmite essa sensação na música. De recortes de jornal a cartazes de filmes, a exposição acerta em não mirar apenas a lupa em detalhes da obra e vida pessoal do cantor, e sim abrir um retrato amplo em alta definição do contexto em que as músicas foram feitas. Panoramas da viagem a Berlim dos anos 70 e do fascínio com computadores e a internet nos anos 90 são bons exemplos.
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